“Os
olhos são a lamparina do corpo. Se seus olhos forem bons, todo o seu corpo será
cheio de luz” Mt 6,22.
Nascido na cidade de Japaratuba
a 54km de Aracajú, estado de Sergipe/Brasil, Carlos Maurício de Almeida Júnior,
Mauro como é chamado, é um conhecedor da técnica de análise iridológica.
Escritor na área da espiritualidade e membro da Associação 'Il Presidio - Centro Studi', com sede na Itália, é atualmente estudante
de filosofia na faculdade São Bento da Bahia, prossegue entre os estudos
filosóficos, aprofundamento e pesquisa sobre a espiritualidade dos Padres do
deserto, bem como do conhecimento milenar de observação e detecção dos males
fisiológicos, comportamentais e psicológicos através da íris.
Um
pouco de história:
Os olhos desde a antiguidade
foram objeto de atração e fascínio. Achados arqueológicos comprovam que vários
povos deixaram inscrições em pedras sobre a íris e a sua relação com o corpo.
Hipócrates, filósofo grego, também se interessou pela íris como uma forma de
diagnose.
Os primeiros trabalhos
mencionando os sinais na íris surgiram em 1670, na obra Chiromatic Medica
escrita por Phillipus Meyens (Dresden – Alemanha) e em 1695 nos trabalhos
científicos escritos por Joahann Eltholtz (Nuremberg – Alemanha).
Apesar de há muito tempo especulada
foi no século XIX que a iridologia conquistou o seu lugar específico ao ser
criada pelo médico húngaro Ignaz Von Peczely.
Aos 10 anos de idade, Von
Peczely, que morava nos arredores de Budapeste, capturou uma coruja em seu
jardim e acidentalmente quebrou-lhe uma das pernas. Ao tratá-la, percebeu o
aparecimento de uma mancha na íris do animal, a qual foi mudando de cor e forma
à medida que o tratamento ia prosseguindo.
O fato permaneceu gravado em
sua memória como um acontecimento marcante. Em 1861, a curiosidade deu lugar a
um interesse mais intenso, ao acompanhar a doença da mãe e perceber o
surgimento de pontos na íris da enferma à medida que seu estado se agravava. Após
a morte da mãe, Von Peczely decidiu estudar medicina, o que fez inicialmente em
Budapeste em 1862 e em seguida em Viena em 1864, onde se formou médico e
cirurgião.
Durante o curso de medicina, Von
Peczely acostumou-se a observar e relatar as alterações na íris dos pacientes
que acompanhava, procedimento que manteve mesmo depois de ter se formado. Por
fim, em 1867, publicou suas descobertas no livro Descoberta no Domínio da
Natureza e na Arte de Curar.
O trabalho causou muita polêmica
nos meios científicos recebendo tanto críticas quanto elogios.
Fato curioso é que, quase na
mesma época, o homeopata sueco Nils Liljequist publicava outra obra,
Diagnóstico a Partir do Olho, com conclusões semelhantes às de Von Peczely. Sem
que os autores se conhecessem nem tivessem qualquer contato entre si, as duas
publicações foram fruto da coincidência, como surgimento de uma ideia original
em dois lugares diferentes ao mesmo tempo.
Apesar de as duas obras
tratarem do mesmo assunto, o trabalho de Liljequist permaneceu ignorado durante
alguns anos, até que iridólogos americanos o descobriram e traduziram para o
inglês. A essa altura, porém, Von Peczely já recebera os louros da descoberta.
Polêmica à parte, um grupo de médicos interessou-se pelo livro de Von Peczely.
Dando continuidade a sua descoberta, empenharam-se no mapeamento da íris.
Trocando informações entre si, esses médicos foram publicando vários livros o
mais importante até então, Iridologia, o Diagnóstico Através do Olho, foi
escrito por Henry Edward Lane, médico australiano radicado nos Estados
Unidos.
A iridologia moderna foi
lançada pelo Dr. Bernard Jensen, que desenvolveu um mapa da íris representando
a localização dos órgãos e tecidos. Em sua descrição, a íris é dividida em sete
zonas: a íris direita representa o lado direito do corpo; a do olho esquerdo, o
lado esquerdo. Existem noventa áreas específicas conhecidas em cada íris e cada
uma é diferente da outra.
Apesar de contar com fervorosos
defensores, a iridologia foi muito combatida. Como resultado, acabou abandonada
quase por completo em benefício de novos métodos complementares de diagnóstico,
sendo praticada quase exclusivamente por médicos adeptos da homeopatia e outras
medicinas alternativas.
[1] Blog de espiritualidade ‘Sabedoria do
Deserto’ no qual Mauro de Almeida’ é autor e o mantenedor.